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AUTISMO E SEXUALIDADE: ORIENTAÇÕES PARA EDUCAÇÃO SEXUAL DE ADOLESCENTES AUTISTAS.

Como os pais podem orientar o adolescente autista sobre a sexualidade? É possível? Sim! É possível e fundamental! Os adolescentes autistas experimentam as mesmas transformações no corpo que os adolescentes neurotípicos pois seus hormônios estão presentes e provocam excitação. Com o despertar do interesse sexual dos adolescentes torna-se mais difícil a tarefa de educar. Todavia os pais devem apoiá-los e incentivá-los a buscarem sua independência e autonomia através do aconselhamento e da educação sexual. Cadastre-se e receba gratuitamente em seu e-mail nossos E-books! 

ABORDAGEM CENTRADA NA PESSOA

CARL ROGERS. Os fundamentos de uma abordagem centrada na pessoa. In: Um jeito de Ser. São Paulo: EPU, 1987.
Capítulo 3. Este capítulo é fundamentado num artigo escrito em 1963, numa idéia embrionária que germinou numa conferência sobre a teoria da psicologia humanística, realizada no ínicio dos anos setenta e que resultou num artigo “A tendência formativa” (1978), e na leitura de três autores que se encontram no limite extremo da ciência atual: Fritjof Capra, Magohah Murayama e Ilya Prigogine. Este capítulo baseia-se em muitas fontes e integra essas idéias antigas e recentes na estrutura do modo de ser centrado na pessoa. Duas tendências a serem destacadas: Tendência à realização, uma característica da vida orgânica, e Tendência formativa, característica do universo como um todo. Juntas constituem a pedra fundamental da abordagem centrada na pessoa. Os indivíduos possuem dentro de si vastos recursos para a autocompreensão e para modificação de seus autoconceitos, de suas atitudes e de seu comportamento autônomo. Esses recursos podem ser ativados se houver um clima passível de definição, de atitudes psicológicas facilitadoras. Há três condições que deve estar presentes para que se crie um clima facilitador de crescimento. Elas se aplicam, na realidade, a qualquer situação na qual o objetivo seja o desenvolvimento da pessoa.
Primeiro elemento: autenticidade, sinceridade ou congruência.
Quanto mais o terapeuta for ele mesmo na relação com o outro, quanto mais puder remover as barreiras profissionais ou pessoais, maior a probabilidade de que o cliente mude e cresça de um modo construtivo. O terapeuta se faz transparente para o cliente. O cliente pode ver claramente o que o terapeuta é na relação. Portanto, dá-se uma grande congruência, entre o que está sendo vivido em nível profundo, o que está presente na consciência e o que está sendo expresso pelo cliente.
Segundo elemento: aceitação, interesse ou consideração, chamado de “aceitação incondicional”.
O terapeuta deseja que o cliente expresse o sentimento que está ocorrendo no momento, qualquer que ele seja – confusão, ressentimento, medo, amor, etc. O terapeuta tem uma consideração integral e não condicional pelo cliente.
Terceiro elemento: compreensão empática.
O terapeuta capta com precisão os sentimentos e os significados pessoais que o cliente está vivendo e comunica essa compreensão ao cliente. Se as pessoas são aceitas e consideradas, elas tendem a desenvolver uma atitude de maior consideração em relação a si mesmas. Quando as pessoas são ouvidas de modo empático, isto lhes possibilita ouvir mais cuidadosamente o fluxo de suas experiências internas. A abordagem centrada no cliente baseia-se na confiança em todos os seres humanos e em todos os organismos. Pouco importa que o estímulo venha de dentro ou de fora, pouco importa que o ambiente seja favorável ou desfavorável. Em qualquer uma dessas condições, os comportamentos de um organismo estarão voltados para a sua manutenção, seu crescimento e sua reprodução. Essa é a própria natureza do processo que chamamos vida. A tendência realizadora pode, evidentemente, ser frustrada ou desvirtuda, mas não pode ser destruída sem que se destrua também o organismo. Esta tendência construtiva e poderosa é o alicerce da abordagem centrada na pessoa. O organismo em seu estado normal, busca a sua própria realização, a auto-regulação e a independência do controle externo. Quando consigo criar um fluído amniótico psicológico surge movimento para a frente, de natureza construtiva. O substrato de toda a motivação é a tendência do organismo à auto-realização. Parece existir no universo uma tendência formativa que pode ser observada em qualquer nível. Essa tendência vem recebendo muito menos atenção do que merece. Não é preciso descrever todo o processo gradual da evolução orgânica. Já temos conhecimento da complexidade cada vez maior dos organismos. Nem sempre são bem-sucedidos em sua adaptação a um ambiente em contínua mudança, mas a tendência à complexidade é sempre evidente. O universo está em constante construção e criação, assim como em deterioração. Esse processo também é evidente no ser humano. Havendo maior autoconsciência torna-se possível uma escolha mais bem fundamentada, uma escolha mais livre de introjeções, uma escolha consciente mais em sintonia com o fluxo evolutivo. Essa pessoa está potencialmente mais consciente, não só dos estímulos com também das idéias e sonhos, do fluxo de sentimentos, emoções e reações fisiológicas advindas do seu interior. Quanto maior essa consciência, mais a pessoa flutuará segura numa direção afinada com o fluxo evolutivo.

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